domingo, 28 de junho de 2009

Para minha Amoreca...


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo


Mesmo com um atraso básico de 10 dias(são coisas peculiares a uma AnjaLerdex...rsrs...)...ao ler esse texto so podia dedicar a uma amiga muito amada...que me deixou furtar seu coração..e a qual doei o meu sem nenhum medo...(somos duas adoraveis cretinas..rsrs)...O texto retrata simplesmente a forma da nossa amizade...
Claudinha...minha "mansidão brava"...as palavras são a ponte para a felicidade...entenda que um dia após o outro faz com que tudo se torne ainda mais lindo...Como o dia 18..ainda haverão muitos outros verões...Amo-te sinceramente...sempre sua..Inha(pequeninInha...feInha...chatInha....nojentInha...rsrsrs)

domingo, 21 de junho de 2009

O outro marido



O outro marido
Era conferente da Alfandega - mas isso não tem importancia. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais.Pouco importa o que nos avaliem pela casca. Por dentro,sentia-se diferente,capaz de mudar sempre,enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda,os outros não percebem.
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de 23 amos,quando se casaram(quanto ao íntimo é claro).Por falta de filhos,os dois viveram demasiado perto um do outro,sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente,como um objeto desconhece outro,na mesma prateleira de armário. Santos dóia-se de ser um objeto aos olhos dele? Sim,mas com a diferença de que dona Laurinha não procurava fugir a essa simplificação,nem reparava; era,de fato,objeto. Ele,Santos,sentia-se vivo e desgraçado.
Ao aparecerem nele as primeiras dores, dona Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se,mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da alfandega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para serem dominadas,exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como uma planta delicada. E mostrou a dona Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral com certo orgulho de estar assim tão afetado.
-Quando você ficar bom...
-Não vou ficar.Tenho doença para o resto da vida.
Para dona Laurinha,a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma de padre Eustáquio,que vela por nós.Começou a fatigar-se com a importancia que o reumatismo assumira na vida do marido.E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no hospital Gaffrée Guinle.
-Você não sentirá falta de nada,assegurou-lhe Santos.
Tirei licença com ordenado íntegral.Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro. O hospital não é prisão.
- Vou visitar você todo domingo,quer?
-É melhor não ir. Eu descanso,você decansa,cada qual no seu canto.
Ela também achou melhor,e nunca foi lá. Pontualmente Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa,ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos.Ele chegava e saía curvado,sob a garra do reumatismo que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável,desde que a doença deixará de ser assunto.Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída:os internados sabem de tudo cá de fora.
-Pelo rádio - explicou Santos.
Um dia,ela se sentiu tão nova,apesar do tempo e das separações fundamentais,que imaginou uma alteração: por que ele não ficava até o dia seguinte,só essa vez?
-É tarde - respondeu Santos. E ela não entendeu se ele se referia à hora ou a toda a vida passada sem compreensão. É certo que vagamente o compreendia agora,e recebia dele mais que a mesada: uma hora de companhia por mês.
Santos veio um ano,dois,cinco. Cero dia não veio.Dona Laurinha preocupou-se.Não só lhe faziam falta os cruzeiros;ele também fazia. Tmou o ônibus,foi ao hospital pela primeira vez,em alvoroço. Lá ele não era conhecido. Na Alfandega,informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
-Sou eu a viúva - disse dona Laurinha,espantada.
O informante olhou-a com incredulidade.Conhecia muito bem a viúva do Santos,dona Crisália,fizera bons piqueniques com o casal na Ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos,coitado.
E tirou da carteira uma foto,um grupo de praia.Lá estavam Santos,muito lépido,sorrindo,a outra mulher,os três garotos.Não havia dúvida:era ele mesmo,seu marido.Contudo,a outra realidade de Santos era tão destacada da sua,que o tornava outro homem,completamente desconhecido,irreconhecível.
-Desculpe,foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa - disse dona Laurinha,despedindo-se.
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 16 de junho de 2009

¬¬Coisas do amor¬¬

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridadeinquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:Sou seu amor! E estou Aqui!

William shakespeare



TRAIÇÃO POR JUSTA CAUSA
O marido chega em casa e pega a esposa, na cama, com um garotão, 25 anos, forte, bronzeado, cheio de amor pra dar...
Arma o maior barraco, mas a mulher o interrompe:

-Antes você deveria ouvir como tudo isso aconteceu... Na rua, vi esse jovem maltrapilho, cansado e faminto. Então, com pena do estado dele, eu o trouxe para casa. Dei a ele aquela refeição que eu havia preparado para você ontem. Como você chegou tarde e satisfeito com o tira-gosto do boteco... não comeu e eu guardei o jantar na geladeira, lembra-se? Ele estava descalço, então dei a ele aquele seu par de sapatos que, como foi minha mãe que te deu, você nunca usou. Ele estava com sede e eu servi aquele vinho que estava guardado... para aquele sábado que você prometeu mas que nunca chega... pois, num dia é futebol, noutro poker, noutro pescaria... As calças estavam rasgadas, dei-lhe aquele seu jeans semi-novo... Ainda estava em perfeito estado, mas não cabia mais em você. Como ele estava sujo, aconselhei-o a tomar um banho.... fazer a barba, então dei a ele aquela loção francesa novinha que você nunca usou, porque acha fedorenta. Daí, quando ele já ia embora, perguntou:

- Dona, tem mais alguma coisa que seu marido não usa mais?

Nem respondi!!!!!!! Dei logo!!!


MORAL DA HISTÓRIA: Mulher só trai por justa causa!!!




"Gosto das coisas - pessoas e palavras - desconcertantes. Seus contornos imprecisos permitem que a gente exerça o direito de refletir e de criar em cima delas."

segunda-feira, 15 de junho de 2009

crônica do amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.
Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem noódio vocês combinam.
Então?Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.Você ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele não tem amenor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você amaeste cara?Não pergunte pra mim; você é inteligente.
Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.É bonita.
Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucurapor computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer.
É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor


Com o "passar"do tempo...o "amor"vai exigindo um algo a mais..rsrsrs


Beijo-flor
O beijo é flor no canteiro ou desejo na boca?
Tanto beijo nascendo e colhido na calma do jardim nenhum
beijo beijado (como beijar o beijo?) na boca das meninas e é
lá que eles estão suspensos invisíveis

domingo, 14 de junho de 2009

Dar não é fazer amor.

DAR NÃO É FAZER AMOR

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra daro primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...

Luís Fernando Veríssimo

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Eu tô muito "romantica"rsrsra...é o efeito do dia dos namorados...
postarei nesses próximos dias...textos bem acalourados de emoção..rsrs...e imagens bem "delicadas"kkkkkkkkkkkkkkkkk....
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Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.